Eleitores não conseguem votar ao descobrirem que outras pessoas votaram em seu lugar

Uma eleitora não conseguiu votar no CIEP Tancredo Neves (foto), na Rua do Catete, no Catete, na zona Sul do Rio
Uma eleitora não conseguiu votar no CIEP Tancredo Neves (foto), na Rua do Catete, no Catete, na zona Sul do Rio Foto: Marcelo Piu / Agência O Globo

Na tarde deste domingo, a empregada doméstica Maria José da Silva, de 47 anos, foi impedida de votar. Ao chegar à seção 110 da 163ª zona eleitoral, no CIEP Tancredo Neves, no Catete, na zona sul do Rio, Maria foi informada por um mesário que ela já havia votado.
— Eu dei o título e a minha identidade. Aí, o rapaz (mesário) falou "Ué, mas você já votou". Eu falei “Não, mas eu cheguei agora”. Ele foi conferir e, quando voltou, falou "senhora, outra pessoa votou no seu lugar".

Maria José não pôde voltar para o Catete
Maria José não pôde voltar para o Catete Foto: Arquivo pessoal
Segundo Maria, o mesário informou que a pessoa que votou no lugar dela era analfabeta e votou assinando com a impressão digital. Ela foi orientada pelo mesário a ir amanhã ao TRE do Largo do Machado, na zona Sul, onde alguma providência poderia ser tomada.
— Eu me senti constrangida. Como que eu saio de casa para votar e alguém votou no meu lugar? É chato isso. Eu queria que ele me deixasse votar, mas e ele disse que não poderia.
Na Pavuna, a correspondente bancária Isabel Cristina Conceição dos Santos, de 28 anos, recebeu a mesma notícia ao chegar à seção 150 da 167ª zona eleitoral.
— Quando eu cheguei, a mesária falou “aqui está constando que você já votou”. E eu falei que não, que eu tinha acabado de chegar. Ela tentou cinco vezes, mas continuou constando. Eu falei com a responsável pela zona. Aí, uma pessoa chamada Elisa Pires falou assim "se ela faz muita questão de votar nos candidatos, fala pra ela voltar 17h20 e votar no lugar de quem não votou". Mas eu não vou fazer isso. Eu moro na Tijuca, vim aqui na Pavuna votar e não vou conseguir. Eu me sinto indignada. Escolheram os candidatos por mim. Isso é uma fraude.
Procurado, o TRE-RJ informou que “casos assim acontecem” e que, nesses casos, o presidente da mesa tem que registrar a ocorrência na ata., para que a Polícia Federal possa investigar o que aconteceu.