“À minha custa, muitos vivem e mentem de todos os modos”, diz Sarney
Da Coluna do Sarney
Aluísio
Azevedo, quando saiu do Maranhão, magoado com o tratamento que recebeu
em sua terra, resolveu jamais voltar aqui. Depois foi consagrado no
Brasil inteiro como fundador do romance realista brasileiro, elogiado,
louvado pela crítica nacional e internacional. Então fez um ataque
magoado e virulento à nossa terra, que eu não me aventuro em citar, tão
violento ele é.
Ele
tomou o Maranhão por alguns ressentidos de sempre, que existem em todos
os tempos e que tem horror dos vitoriosos. Até hoje pagamos pela
conduta deles, pois foram os responsáveis pelo Sermão do Vieira que
sempre é citado contra o Maranhão, chamado de Sermão dos M, “M-
Maranhão, M- murmurar, M- motejar, M- maldizer, M- malsinar, M-
mexericar, e, sobretudo, M- mentir”. São esses que sempre espalham que
aqui é o pior lugar do mundo, inventam todas as patranhas contra as
pessoas e vivem de caluniar, de denegrir a honra das pessoas, de
difamar, de mentir.
Se
eu fosse atrás desse tipo de pessoa, vivia amargurado. É gente em geral
composta de traidores e sevandijas, como mandava chamá-los o grande
jornalista maranhense Nascimento de Morais, que foi meu professor no
Liceu e depois meu colega de redação em O Imparcial, quando escrevia sua
crônica com o pseudônimo de Braz Sereno.
Mentem
sobre o estado, dizendo ser o mais atrasado do Brasil, de 16ª riqueza
passa a ser a última, 27ª… mentem 11 posições. De 5º menos violento,
passa a ser o último e tem candidato na televisão que diz termos mais
homicídios do que o Iraque… Esquecem a rede hospitalar que Roseana
construiu, o maior programa de saúde estadual do Brasil, com um hospital
de referência como o Carlos Macieira, o melhor da cidade e do estado,
um hospital que rivaliza com os particulares, com as UPAS mais
exemplares do sistema, cujo testemunho é do povo que ali é atendido… e
dizem que ele e elas não existem.
À
minha custa, muitos vivem e mentem de todos os modos. Tem um que foi
preso por ganhar um automóvel, diz que fui eu o responsável pelo
presente que recebeu e continua a mentir dizendo que foi absolvido, mas
nunca apresenta a sentença. O processo está dormindo no Tribunal de
Justiça a espera de saber de quem é a competência.
Eu
nunca persegui ninguém, eu nunca dedurei ninguém e, governador ao tempo
do regime de 1964, não demiti ninguém, não cassei ninguém e somos o
único estado em que não foi preciso anistia, porque aqui não se fez
nenhuma arbitrariedade, ao contrário, eu é que era perseguido, sendo
denunciado aos militares como comunista e protetor de comunista, porque
tive a coragem, que ninguém tinha, de acolher e nomear no meu governo
Maria Aragão, Bandeira Tribuzi, Coronel Mochel, João Alberto, e tantos
outros talentos, acusados de subversivos.
Esses
maus maranhenses são os sucessores daqueles que fizeram Vieira fazer o
Sermão das Mentiras e Aluísio Azevedo nos chamar de ingratos e
traidores.