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Neste ano de 2014, Roseana Sarney,  investida no cargo de governadora do Maranhão, foi fulminada por um episódio sombrio: a Polícia Federal apurou que a filha do senador José Sarney recebeu R$ 900 mil do esquema de corrupção da Petrobras que tinha à frente o doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, em 17 de março de  2014, no Hotel Luzeiros, em São Luís.
Segundo reportagem publicada na revista Veja, o dinheiro foi entregue em três parcelas de R$ 300 mil, por um dos “homens da mala” (entregadores de dinheiro) de Youssef, Rafael Ângulo Lopez, apelidado de “Véio”, para o ex-chefe da Casa Civil do governo maranhense João Guilherme Abreu, homem de confiança de Roseana Sarney.
O dinheiro faria parte de um acordo, firmado em setembro de 2013, entre o governo do Maranhão e Alberto Youssef, para que Roseana liberasse o pagamento de um precatório (dívida pública) de R$ 120 milhões beneficiando a empresa UTC-Constran. O precatório se referia a um contrato, feito na metade da década de 1980, para serviços de terraplenagem e pavimentação da BR-230.
O governo do Maranhão teria exigido R$ 6 milhões em propina para pagar o precatório. Youssef receberia R$ 12 milhões das construtoras, caso o acordo fosse cumprido. Dias depois do acordo, o precatório, que era o quinto na ordem de pagamentos de precatórios do governo maranhense, “furou a fila” e foi liberado em 24 parcelas.
Esse caso do precatório da UTC-Constran e da suposta propina paga a Roseana já havia aparecido no começo da Operação Lava Jato, que investiga o escândalo do “petrolão” – pagamento de propinas a diretores da Petrobras e políticos, envolvendo doleiros.Na ocasião, em agosto passado, Roseana Sarney e o mesmo João Abreu também foram citados pela contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Bonfim da Silva Poza, em depoimentos à Polícia Federal e à CPMI da Petrobras.
Poza afirmou que uma das remessas da propina de R$ 6 milhões a Roseana foi levada, também ao Palácio dos Leões, em São Luís, por outro “mala” de Alberto Youssef, segundo a Polícia Federal: Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte. O valor foi de R$ 300 mil. A pessoa que recebeu o dinheiro teria reclamado da quantia e consultado a governadora Roseana para saber se o montante deveria ser recebido.
Após este rumoroso escândalo, Roseana desistiu de disputar a vaga ao Senado. O grupo Sarney ficou fragilizado, também, com a decisão de Sarney de não disputar a reeleição no Amapá. Nas urnas de 5 de outubro, Flávio Dino foi eleito governador do Maranhão logo no primeiro turno com uma votação consagradora: 1.877.064 votos (63,52%). É o primeiro governador que o PCdoB (Partido Comunista do Brasil) conseguiu eleger em toda a sua existência no sistema partidário do Brasil. Com Flávio Dino, acaba a Era Sarney e inicia-se um novo ciclo na história política do Maranhão.
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